Com quase cinco quilômetros de extensão e largura de vinte e um metros, a Avenida Sete de Setembro liga a Praça Castro Alves (no coração do Centro Histórico de Salvador) ao Farol da Barra. Importante via da capital baiana, seu trajeto, vielas, ladeiras e largos carregam viva a história da cidade. No livro Avenida Sete de Setembro – cem anos de história para contar, o engenheiro civil José Spínola esmiúça a história de cada canto da “Avenida Sete” – como é chamada pelos soteropolitanos.
Na última reunião do Colégio de Presidentes, realizada em Salvador no início do mês, o presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger, teve a oportunidade de receber, das mãos de Spínola, um exemplar do livro. “É um trabalho instigante e muito belo, um livro de arte. Uma obra com conteúdo interessante ao mesmo tempo que é esteticamente agradável, digno de mesa de centro”, avalia Krüger, enquanto parabeniza Spínola pelo trabalho. Funcionário do Crea-BA há 23 anos, o engenheiro é autor do texto e das fotos constantes da publicação, realizada e editada pela Assembleia Legislativa da Bahia.
“Comecei a me interessar por fotografia no primeiro ano em que cursei Engenharia, em 1967. E desde pequeno escrevia poemas, cartas de namorados para amigos usarem”, conta Spínola, que tem fotos suas expostas em algumas universidades pelo mundo e outros três livros publicados na Amazon. A ideia para a obra Avenida Sete de Setembro veio após um projeto com o historiador Cid Teixeira, com quem Spínola promoveu palestras no Crea sobre a história das edificações e vias de Salvador. “Lotávamos o auditório. Cheguei a fazer um site com o material das palestras”.
Especializado em processamento de dados, no Crea, Spínola já trabalhou na área de Tecnologia da Informação e Controladoria, entre outros setores. Atualmente se encontra na Assessoria Técnica. Formado pela Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, em 1971, Spínola tem três filhos e três netos.
Sobre a obra
A narrativa parte de um poema, chamado No Caminho do Conselho – o nome da via antes de se tornar avenida. Em seguida, o texto se converte em prosa para passear, entre outras localizações, pela Praça Castro Alves, pela Ladeira São Bento, pelos Largos de São Bento e do Relógio, pelas Praças da Piedade e da Aclamação, pelos Largos do Campo Grande e da Vitória, até chegar ao Porto da Barra e ao Farol da Barra.
A história começa no dia 1º de fevereiro de 1549, quando a frota de Thomé de Souza (primeiro governador-geral da colônia) saiu de Lisboa a caminho do Brasil, com o objetivo de erguer a cidade do Salvador, sob orientação do Regime Régio, de Almerim. Enquanto passeia pelos diversos pontos da Avenida Sete de Setembro, Spínola traça a história de Salvador, pontuando sobre a construção de cada viaduto e edificação significativa. No trajeto, belíssimas fotos, também de autoria de Spínola, estampam o passeio da leitura.
O texto do engenheiro traz, ainda, curiosidades, como informações sobre o bar chinês que só vende quitutes árabes, denominado “Good Day”; e sobre a antiga construção onde morou o produtor musical tcheco Fred Figner, que introduziu a gravação no Brasil, a possibilidade de reprodução mecânica da música. Ao fim do texto outro poema encerrará a obra, Na Avenida Sete, que versa sobre o que acontece rotineiramente na Avenida Sete de Setembro.
Beatriz Craveiro
Equipe de Comunicação do Confea
Fotos: Marck Castro/Confea